E se pudessem saber, os outros, todos saberiam que isso não deixa de ser uma vitória. Certa espécie de vitória. Mas tão dúbia que parece também uma completa derrota.
Vou tentar manter o coração aberto
Apesar dos outros,
Apesar dos medos,
Apesar dos monstros nos meus pesadelos
Apesar dos dias repetidos que são tantos
Apesar da chuva,
Apesar da rua,
Apesar da hora,
Apesar dos pesares, das canções, dos lugares,
.
.
.
Apesar dos meus pensamentos, dos perigos, dos próximos momentos
The feeling has survived
And i just wonder why.
.
.
.
But I should have never ever ever never trusted you.
E de repente
o frio que assola a cidade foi nada comparado ao gelo que me veio de dentro ao vê-lo partir sem cerimônia, quase com pressa, não muito depois de uma chegada igualmente… frustrante.
[pra te ver tão pouco – em todos os sentidos que a palavra ‘pouco’ pode ter – eu preferia não ter visto, de qualquer maneira]
Foi ali,
parada naquela rua que eu não via há tanto, enquanto eu esperava pai e mãe no carro, eu olhei pro muro descascado, pro centro de cromoterapia, o escritório do advogado, e aquela flor vermelha me deu saudade de ti. Uma saudade que eu já senti antes, uma vez num teatro lotado, aquela saudade que chega e assusta e me faz pensar que pode acontecer uma coincidência, daquelas tipo eu pensar e o telefone tocar assim como nos filmes.
Mas nunca toca.
Deixa em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não.
Pode ser a gota d’água.